quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O GRAU de MARCA.

Por Craig Gavin. (Tradução José Filardo). Publicado na Revista Square – vol 25, setembro 1999. O Grau de Marca é uma das ordens mais bem sucedidas ‘além do Craft, ou Simbolismo’. Na Inglaterra e País de Gales, ela é considerada um grau completamente separado, devido ao confuso compromisso que criou a Grande Loja Unida da Inglaterra em 1813, e que, na verdade, alienou todos os graus fora do Craft, com exceção do Arco Real. No resto do mundo, ele retém a ligação tradicional com os Antigos, na medida em que faz parte de uma estrutura dentro da Maçonaria em geral. Este é certamente o caso na Escócia (onde é administrada por Grande Capítulo), Irlanda; e nos EUA (onde é administrado dentro do grupo do Arco Real) ele é parte integrante do rito de York. Foi Dunckerley? Há evidências documentais de que maçons ‘fizeram sua marca’ na Escócia, já em 1599; mas não há nenhuma evidência de um ritual ligado a ele. Parece mais provável que alguns maçons somente receberam uma marca na iniciação. Na Inglaterra, a mais antiga menção é quase certamente aquela no Capítulo do Real Arco da Amizade, em Portsmouth, em 1769, quando Thomas Dunckerley iniciou alguns irmãos como Maçons da Marca e Mestres da Marca, cada um deles recebendo ou escolhendo uma marca. Em 1777, John Knight (dos Modernos, mas trabalhando em uma estrutura Antiga) a estava documentando em um rito em que se lia: Aprendiz, Companheiro, Homem da Marca ou Contramestre de Companheiros, Mestre Pedreiro, Mestre de Marca, etc. A partir de então, logo houve registros do funcionamento do grau em lojas e capítulos em Inglaterra, Escócia e Irlanda. De onde Dunckerley obteve seu ritual? Não sabemos. Vários historiadores maçônicos, incluindo Yasha Beresiner sugeriram a possibilidade de que ele realmente foi inventado por Dunckerley; uma teoria que certamente se encaixa em todos os fatos conhecidos. Enquanto a Grande Loja primaz (1717) insistia, durante mais ou menos 70 anos, que a “pura” Maçonaria consistia de apenas três graus (e que não incluía o Arco Real – veja ‘Uma História Maçônica Pragmática’ na edição de dezembro 1998) , os Antigos o incorporam em sua estrutura de graus. Na verdade, ele estava tão integrado que atas de muitas lojas Antigas mostravam que ele era conferido entre os graus de Companheiro e Mestre Maçom, conforme acima. Apesar dos protestos da Grande Loja primaz (Modernos), muitas de suas lojas trabalhavam nos graus Antigos – especialmente a Marca. Tanto é assim que para evitar essa prática, a Grande Loja primaz criou o Grande Capítulo, de modo que as lojas pudessem realizar novos graus sem os trabalhar em loja dos graus simbólicos. Após a união das duas Grandes Lojas em 1813, a posição da Marca ficou difícil, porque a nova GLUI tentou ignorar todos os outros graus, com exceção do Arco Real. No entanto, agora, a Marca era uma parte integrante da Maçonaria na Escócia, Irlanda e EUA. Ele ainda estava sendo trabalhado em algumas lojas Inglesas, mas com dificuldade crescente. Uma Carta Constitutiva Ilegal: Em 1851, seis companheiros do Capítulo do Arco Real Bon Accord de Aberdeen, que residiam em Londres obtiveram de seu capítulo uma carta constitutiva autorizando-os a se reunir em Londres como Loja de Marca. Naturalmente, o Bon Accord Aberdeen não tinha poder para emitir tal documento. Ele foi repreendido pelo Grande Capítulo da Escócia e suspenso em 1855; mas se ofendeu por ter sido severamente criticado, e nunca se preocupou em se reunir novamente. Mas, a esta altura, a Loja de Marca Bon Accord de Londres tinha promovido vários irmãos ingleses notáveis, incluindo Lord Leigh, Grão-Mestre Provincial para Warwickshire (1852-1905), que foi instalado como Mestre da Loja em 1855. E como eles não estavam mais sob a jurisdição escocesa, permaneceram trabalhando. Em março de 1856 foi feita uma tentativa para trazer o grau de Marca sob a asa da GLUI como uma “adição graciosa ao grau de Companheiro”. Uma resolução foi colocada: ‘Que o Grau de Maçom da Marca não está em desacordo com o Simbolismo (Craft), e que ele deve ser adicionado ao mesmo, sob regulamentação adequada’. Isto foi geralmente aprovado. Certamente não havia argumentos contra. No entanto, na Comunicação Trimestral seguinte, em junho, a moção foi rejeitada. Aparentemente, os rapazes da Bon Accord e em outras lojas estavam prontos para essa eventualidade, porque em 23 de Junho de 1856, uma Grande Loja de Mestres Maçons de Marca foi criada com Lord Leigh como o primeiro Grão-Mestre. Uma das primeiras ações da nova Grande Loja foi a emissão de um Mandado de Confirmação para a Loja Bon Accord de Londres sem número e “TI” ou status de tempos imemoriais -que ela mantém até hoje. A Marca Hoje: O grau de Marca ocorre em e ao redor do Templo do Rei Salomão durante a sua construção; ele é a única ordem maçónica, com exceção dos Operativos – a lidar com o trabalho real de pedreiro. Durante o grau, o candidato tem a sua marca (que ele pode escolher sozinho, ou selecionar entre várias que lhe são apresentadas) aprovada, e isso acabará por ser eventualmente gravado na Grande Loja e escrito em seu Certificado de Grande Loja. Ele também receberá um sinal de Marca. Um candidato precisa somente ser Mestre Maçom. Nos EUA, no Rito de York, o grau de Marca acontece dentro de um capítulo do Real Arco; ele é o primeiro de quatro graus, culminando com o Santo Arco Real. Na Escócia, o grau pode ser trabalhado em lojas simbólicas, ou ele pode ser tomado em uma Loja de Marca dentro de um capítulo do Arco Real -ninguém pode chegar ao Arco Real sem ter passado pela Marca. Isto está de acordo com o funcionamento dos Antigos; um procedimento destruído na Inglaterra com a União de 1813. Na Irlanda, a Marca deve ser tomada em um capítulo do Arco Real, e é um pré-requisito para a exaltação. A Marca também abrange o grau de de Arco Real Marinho – que abordaremos em outra ocasião. Muitas das janelas no Mark Masons'Hall são adornadas com exemplos de vitrais de escudos de lojas e provincias. Esta é uma seleção representativa.
Fonte: BIBLIOT3CA- REVISTA TEXTO & TEXTS. EDITOR-CHEFE J.FILARDO. Acesso em https://bibliot3ca.wordpress.com/o-grau-de-marca/

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