quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Maçonaria Regular e Espúrias

Por Marcelo Del Debbio (deldebbio | 10 de maio de 2009). Como segundo Post na série sobre a Maçonaria, é necessário explicar o que talvez seja a maior causa de confusões (e má-fé) no mundo profano. A questão de Lojas Regulares e Irregulares (ou Espúrias). Primeiro ponto: o que é uma Loja Regular? Para entender a Regularidade, precisamos voltar no tempo até o Início da Chamada “Maçonaria Especulativa”. A Maçonaria apresenta duas fases: a primeira, operativa, e a segunda especulativa. Na primeira, os seus componentes operavam materialmente, eram trabalhadores especializados na construção de Templos, Castelos e Igrejas e data de aproximadamente 900 DC. A segunda fase é denominada especulativa, de vez que os seus adeptos são homens de pensamento. Desde a antiguidade, os construtores que detinham conhecimentos especiais, constituíam uma espécie de aristrocacia, em meio das demais profissões. Formavam como que colégios sacerdotais. Na idade Média, os construtores de catedrais e palácios eram beneficiados, por parte das autoridades eclesiásticas e seculares com inúmeros privilégios tais como: franquias, isenções, tribunais especiais, etc. Daí a denominação francesa de franc-maçon traduzida como pedreiro-livre. A arquitetura constituía então, a Arte Real, cujos segredos eram transmitidos somente àqueles que se mostrassem dignos de conhecê-los. Havia entre aqueles construtores como que um Ideal, a construção de uma obra suprema, mediante um trabalho constante. Seria o Templo Ideal. Os pensadores e alquimistas da época, combatidos pelos espíritos menos esclarecidos, perseguidos, buscavam refúgio entre os pedreiros livres, capazes de protegê-los pelos privilégios que tinham. Eram alguns aceitos. Daí a denominação der Maçons Aceitos em contraposição a Maçons Antigos, os construtores. Claro que nem todos podiam ser aceitos. Faziam sindicâncias e apenas alguns eram admitidos, porém depois de submetidos a uma série de provas que constituíam a iniciação. Os iniciados juravam guardar segredo dos ritos e respeitar as regras. No séc. XVI, aumentou consideravelmente o número de Maçons Aceitos, com predominância para os Rosa-Cruz ingleses, entre eles, Elias Ashmole, alquimista, que ingressara com um grupo de amigos, teólogos em 1646. A partir daí, por iniciativa dos novos membros, organizou-se uma sociedade, cujo objetivo era a construção do Templo de Salomão, templo ideal das ciências. Elias Ashmole obteve permissão para que a sociedade realizasse suas reuniões no Templo Maçônico. De pouco em pouco, os elementos precedentes da Fraternidade Rosa Cruz (Instituição secreta que presumidamente dedicava-se ao estudo do esoterismo, alquimia, teosofia e outras ciências ocultas) passaram a preponderar na Maçonaria, introduzindo nela muito de seus símbolos. Alteraram os rituais, sobretudo a parte referente à iniciação. Primitivamente havia na hierarquia maçônica apenas os graus de aprendiz e companheiro, pois que o Mestre era somente o encarregado da direção de uma construção. Em 1664, foi criado o grau de Mestre por Elias Ashmole, formando assim a base definitiva das hierarquia maçônica. Posteriormente, a Maçonaria tomou grande impulso na Inglaterra quando operou-se grande transformação orientada por Jacques Anderson, presbítero londrino, diplomado em filosofia, e Desagulliers, de origem francesa, grão mestre inglês, eleito em 1719. A partir de então passou a Maçonaria a desenvolver tendências para instituição filantrópica. Em 1723 foi aprovado o Livro das Constituições maçônicas, revisto por Jacques Anderson. Sendo chamado de Constituição de Anderson, tornou-se em pouco tempo a Carta da maior parte das lojas. Propagavam uma doutrina sobretudo humanitária, deísta espiritualista, aberta a todos os cristãos, qualquer que fosse a sua seita, e leal aos poderes públicos. Esta origem, ligada aos construtores da era medieval explica o porque da simbologia maçônica estar toda ela relacionada ao tema construção. Seus símbolos mais conhecidos, até mesmo pelo observador mais desatento, são os instrumentos do pedreiro: o esquadro, o compasso, o prumo, a régua, o nível, etc. De 1717 Até os dias de hoje, graças a este Sistema de Iniciações esotérico/simbólico, um Iniciado precisa obrigatoriamente passar por uma Iniciação e ser consagrado Maçom por um Venerável Mestre, que por sua vez também um dia foi aprendiz e passou por uma iniciação organizada por um Venerável Mestre, e assim por diante até chegarmos a Jacques Anderson. Esta é a Maçonaria REGULAR. Ou seja, se pegarmos o histórico do Tio Marcelo, vamos voltando no tempo nas iniciações de Venerável Mestre em Venerável Mestre até chegarmos ao Mr. Anderson. Eu sou reconhecido como irmão pelos maçons Ingleses (e por maçons regulares do mundo inteiro). Porém, ao longo dos séculos, devido a Vaidades humanas, disputas por poder, brigas e expulsões, acabaram sendo criadas maçonarias chamadas “irregulares”, o que não significa que elas sejam nem melhores nem piores… Algumas lojas maçonicas irregulares foram formadas por graus 33 que detinham todos os conhecimentos dos ritos, mas não fazem mais parte da “Linhagem” (a Prince Hall, por exemplo, que foi formada por ex-escravos e não foram reconhecidos na época e, por algum motivo, preferiram continuar independentes até hoje) . Outras são lojas que seguem o padrão de Iniciações mas que nada tem a ver com seus ritos (entre elas fraternidades estudantis Alfa-beta-gamas da vida e o Skull and Bones), temos lojas mistas ou que permitem a entrada de mulheres, e algumas podem até mesmo ser organizações criminosas que seguem a estrutura iniciática (Yakusa, P2, Máfia…). NENHUMA destas ordens é considerada “Maçonaria”. Aqui no Brasil temos até estelionatários passando golpes com o nome de maçonaria (vocês nunca receberam um email “entre para a maçonaria?”. Se receberem, fujam: é golpe na certa! Aqui no Brasil, existe uma Potência reconhecida, que é o Grande Oriente do Brasil, e duas Obediências, que são as Grandes Lojas (uma em cada estado) e o Grande Oriente Paulista. Uma Obediência significa que há um tratado de reconhecimento mútuo entre estas lojas (ou seja, o tio Marcelo pode visitar lojas das Grandes Lojas e membros das Grandes Lojas podem visitar a ARLS Madras ou a Crowley), mas que estas continuam NÃO sendo reconhecidas pela Grande Loja Inglesa (a GLESP, GLERJ, GLEMT e GLMEES atualmente são reconhecidas pela UGLE). Sim, é um pouco confuso mesmo… E quais as vantagens de ser regular ou irregular? Bem, um maçom irregular não pode frequentar reuniões de lojas regulares, pois ele não é reconhecido como irmão, ou seja, um maçom irregular não poderia ir a uma reunião na Loja Madras ou Aleister Crowley. Ou seja, uma loja irregular está isolada nela mesma ou em pequenos (ou grandes) grupos que se reconhecem mutuamente. Uma das melhores coisas da maçonaria é a quantidade fantástica de palestras, tempos de estudo e núcleos de debate que ocorrem nas lojas… ser Livre-pensador é poder visitar X lojas e ver X pontos de vista e opiniões diferentes sob um mesmo aspecto de um estudo, por exemplo… Uma loja irregular pode se regularizar… para isso, existe uma cerimônia chamada Regularização, onde os membros da loja XYZ são recebidos por um Venerável Mestre e encaixados novamente na “Grande Árvore”, e o oposto também pode acontecer… uma loja XYZ ser expulsa e tornar-se irregular. E disto vêm os absurdos que a gente vê na mídia, falando que Bush é maçom, que a Skull and Bones é parte dos Illuminati, que os maçons vão dominar o mundo, que o NWO fez isso e aquilo, e assim por diante… para os crentes, toda religião afro é “macumba” e toda ordem iniciática é Illuminati”. Dúvidas? Acesse:( http://www.deldebbio.com.br/2009/05/10/maconaria-regular-e-espurias/comment-page-3/). Fonte: Marcelo Del Debbio Nascido em 1974, Marcelo Del Debbio é hoje considerado um dos maiores pesquisadores sobre Ordens Iniciáticas, Oráculos e Ocultismo no Brasil. – Formado Arquiteto em 2000 pela FAU-USP e com especializações em Semiótica, História da Arte e Religiões Comparadas. Seu Currículo Acadêmico pode ser visto AQUI. – Escritor com mais de 60 títulos publicados e mais de duas centenas de artigos publicados em revistas. – Colunista do site “Teoria da conspiração”, onde escreve semanalmente sobre ocultismo e filosofia. – Autor da Enciclopédia de Mitologia, um dos maiores e mais completos trabalhos do gênero em língua portuguesa, com mais de 7.200 verbetes, de 40 mitologias diferentes. – Autor do livro Kabbalah Hermética, que aborda todos os aspectos da Kabbalah Hermética dentro da História da Arte, Ocultismo, Mitologia e Ordens Iniciáticas em 700 páginas ricamente ilustradas. Considerado o melhor trabalho sobre o tema em língua portuguesa. – Organizador do Hermetic Kabbalah Tarot, trabalho de referência na área de hermetismo e simbolismo no tarot. – Editor chefe da Daemon Editora, a 3a maior editora de livros de RPG no Brasil. Dois de seus livros, Arkanun e Trevas, estão entre os 50 Melhores livros de RPG de todos os tempos. – Iniciado em Bruxaria Inglesa em Stonehenge, em 1989. – Membro da Maçonaria, filiado à loja ARLS Arcanum Arcanorum, 4269 (GOB). Foi Venerável Mestre da Loja de 2014-2015 – Membro fundador da ARLS Aleister Crowley, 3632 e ARLS Thelema, 3692 (GOB). – Membro das Ordens Inglesas de Aperfeiçoamento Maçônico: Maçom do Arco Real, Mestre da Marca, Mestre da Nauta Real. – Cavaleiro Templário, membro do Preceptório Madras, 22. Foi Grande Marechal da Ordem Templária no Brasil no período de 2011-2012. – Cavaleiro da Ordem de Malta, membro do Priorado Madras, 22. – Membro da Loja de Perfeição Barão de Mauá. Possui grau 18 no REAA. – Foi Membro do Conselho Consultivo do Capítulo Madras, da Ordem Demolay, de 2010-2012. – Membro Honorário do Priorado “Príncipes Protetores da Santa Cruz de Caravaca”, do Estado de ES. – Frater da Antiga e Mística Ordem Rosacruz – AMORC. – Membro da Sociedade das Ciências Antigas (SCA). – Membro da Tradicional Ordem Martinista (TOM) – Membro do Colégio dos Magos. – Membro do Arcanum Arcanorum. Foi Magister Templi da Ordem em 2010-2014. Ocupa atualmente o cargo de Secretário de Ritualística e Estudos para a Ordem no Brasil. – Pequena Biografia do Marcelo Del Debbio, escrita por Frater Dybbuk, AA. Algumas Palestras e Entrevistas – A Kabbalah e os Deuses de Todas as Mitologias (Sociedade Teosófica) – Astrologia Hermética, entrevista para o Podcast “Mundo Freak Confidencial” – Entrevista dada ao site Thelema.com – Podcast sobre Hermetismo no Conversa entre Adeptus – parte 1 – Podcast sobre Hermetismo no Conversa entre Adeptus – parte 2 – O Louco no Tarot de Rider-Waite e Thoth – Entrevista sobre Simbolismo e História da Arte dentro do Tarot. – Entrevista no programa E-farsas sobre Maçonaria – Entrevista sobre Ordens Iniciáticas e ocultismo – Podcast sobre Maçonaria no Podcast “Descontrole”. – Maçonaria e Ordens Iniciáticas no Podcast Mundo Freak Confidencial. – Entrevista sobre Teorias da Conspiração. – Programa “Entre o Céu e a Terra” TVBrasil- Símbolos e Representações. – Programa “Entre o Céu e a Terra” TVBrasil – Espiritualidade, Sexo e Prazer. – Entrevista sobre Astrologia Hermética, no Podcast “Descontrole”. – Entrevista sobre Ocultismo e Teoria da Conspiração no site E-Farsas. – Entrevista sobre Filosofias Hermética, no Podcast Contos Acabados. – Entrevista sobre Ocultismo e Magia Moderna no Occultacast. – Entrevista sobre Origens do hermetismo – parte 1 com Fredi Jon. – Entrevista sobre Origens do hermetismo – parte 2 com Fredi Jon. – Brasileiros notáveis – Marcelo Del Debbio apresentado por Gastão Moreira. – Palestra sobre a História dos Oráculos, na Sociedade Teosófica – Mitologia e RPG, bate papo no “canal Roleplayers”. Leia e assimile o site http://www.deldebbio.com.br

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O Maçom enquanto refém do Templo.

Desenvolvendo o pensamento do Ir .'.Joaquim Roberto Pinto Cortez… O trabalho que agora pretendo desenvolver não é uma crítica, por favor, não o vejam sob esse prisma, ele é tão somente um produto da minha observação; desejando é claro, desenvolver o pensamento do Ir. Joaquim Roberto Pinto Cortez em seu livro “Fundamentos da Maçonaria” editado nas oficinas da Madras Editora Ltda. – ISBN 85-7374-296- 8. Ao longo desses últimos anos e observando algumas Lojas, bem como conversando com alguns Irmãos, tenho observado e feito alguns comentários a respeito da não interação dos Maçons na vida profana, enfim, na sociedade em que estão fixados. Tem-se a impressão que o Maçom vive alheio à sociedade e, o mais inadmissível, é que a maioria deles nos dá a impressão de não querer aparecer como Maçom. Parecem não querer se identificar como Maçom, notadamente, assim se comportam como se tivessem vergonha ou medo de pertencer à Arte Real. Aqui, eu quero fazer uma declaração muito especial: eu não tenho vergonha ou medo de ser Maçom, entretanto, eu tenho muita vergonha do comportamento de certos Maçons que denigrem essa Augusta Irmandade. Tenho observado também que os Maçons vivem apenas de glórias do passado, não sendo hoje, nem uma pálida sombra de seus antigos dias. Esta não é uma observação somente minha, pois lendo vários autores, sabidamente de profundos conhecimentos maçônicos, eles nos têm dito que a Maçonaria em diversas partes do mundo se encontra na mesma situação. Eu quero dizer numa dormência de atos e fatos, preferindo a penumbra reclusa de seus Templos como que querendo se esconder do mundo. Esse comportamento atípico dos Maçons nos leva ligeiramente a concluir que, a Maçonaria está passando por uma crise de valores, encontrando dificuldades em se adaptar ao mundo moderno. Talvez, o conservadorismo exagerado não seja um bom “status quo” para a Maçonaria. Nos dias de hoje, tudo evolui e aquilo que ficar preso às amarras do comportamento histórico (conservadorismo) , por certo, definhará e palmilhará tão somente a vereda da inexpressividade – talvez seja este o caso. Tudo aquilo que não se atualiza, acaba ficando obsoleto. Uma outra observação diária e que se faz necessário nomear aqui, é que, os recém iniciados (Aprendizes) estão totalmente desiludidos com o que estão presenciando, isto é, apenas uma catequese homeopática de instruções e um rigor excessivo nos rituais, como dizem: ”está faltando algo mais”. As instruções que aqui me refiro são aquelas ministradas pelos Mestres de uma forma didática sem criatividade e com uma insistência na repetição, que induz a certa lavagem cerebral, eu quero acreditar que esse não é o objetivo primordial da Maçonaria. Mesmo porque, a repetição sem a devida criatividade, liberdade ou conotação, leva o Aprendiz a um bloqueio cego, não oferecendo condições para inteligir e argumentar o que está sendo introjetado. Não é intenção minha querer mudar os Landmarks ou os princípios da Arte Real, afinal de contas, quem sou eu para abrigar tamanha pretensão. O que a maioria dos Maçons deseja é que, não que a Maçonaria mude, muito pelo contrário, quem deve mudar se atualizando e se reciclando são os Maçons. E não viver como se ainda estivessem trabalhando numa Guilda do século XVIII, ainda sob a influência deletéria da Idade Média. Talvez, na insipidez árida das reuniões (sessões), na falta de estudo, na carência de cultura maçônica, no desinteresse em geral, devemos ficar em alerta e ver a fonte principal das ausências, das deserções e, afinal, do adormecimento definitivo. As sessões em Loja não devem ficar tão somente restritas à praxe ordinária, ficando dessa forma, o tempo totalmente tomado pelos rituais e pela leitura dos expedientes, práxis essa que, leva ligeiro ao enfado. Assim, afasta a possibilidade da apresentação de trabalhos, discussões temáticas, propostas de possíveis atividades no mundo profano, (uma ausência muito grande dos Maçons). Enfim, fazer das sessões uma verdadeira tribuna para que, os Maçons de qualquer grau, possam expor com espontaneidade seus pensamentos, seus desejos e seus objetivos. Isso deverá ser feito dentro de uma organização pré-estabelecida em uma outra sessão, obedecendo todos os princípios da Arte Real, como também o comportamento maçônico da tolerância e do respeito mútuo. Esta afirmação de que as reuniões são insípidas, temos ouvido sempre dos Irmãos, e isso deriva da posição tomada por vários deles em reclamar de leitura de Boletim, de Atos, de Decretos ou Leis, das correspondências recebidas e expedidas e etc.etc. Se não for possível mudar essa configuração das reuniões ordinárias, que se faça uma reunião exclusivamente para os debates como acima propusemos. Se assim se procedesse, por certo, as reuniões tornar-se-iam mais agradáveis e não se deixaria os Irmãos à mercê, em busca solitária sem muita propriedade, estando sujeitos a muitas vezes adentrar por veredas não muito recomendáveis. Eu tenho a certeza de que, o verdadeiro ensinamento maçônico, seria transmitido pelo exemplo e pela sabedoria de cada Irmão e pela atuação conjunta de toda a Loja. A partir do momento em que ficar entendido que, nenhum Irmão é possuidor da verdade e, por uma dedução lógica, não estaria capacitado para transmitir a Verdade, sozinho. Se fossem instaladas as sessões de uma forma mais democrática, poderíamos contar com essa práxis inovadora para, transmitir de uma forma mais aberta todos os conhecimentos, fortalecendo maçonicamente ambas as Colunas. Tendo em vista essa atitude nova em se reunir com o objetivo de assimilar mais conhecimentos, fica claro que é obrigação de todos os Irmãos de um Quadro, trazer suas Luzes para a Loja. Podendo assim, trilhar com todo o esforço no sentido do aperfeiçoamento de cada um dos Irmãos a um só tempo. É evidente que se instalassem sessões com esse objetivo, reduziriam a um número mínimo os males que afligem a Maçonaria atual, trazendo, inclusive, benefícios para a Ordem. Compete a todos os Irmãos mostrar o caminho que a Maçonaria deve trilhar pelos tempos, pois o colegiado de Irmãos é a Maçonaria e ela será sempre o somatório de todas as nossas ações. Não quero dar continuidade a esse ensaio porque pode parecer uma intromissão, mas que na verdade, eu estou completamente adormecido por vários motivos; e o que mais influenciou para permanecer nesse estado foi esse que acima expus. Porém, antes de encerrar esse modesto trabalho de observação, eu tenho ainda de fazer uma referência a algo também observado para concluir como desfecho final. Existe uma grande culpa dos Mestres e também do Veneralato que é a seguinte: A cerimônia de Iniciação não é acompanhada de esclarecimentos e estudos que objetivem despertar a verdadeira Maçonaria no Aprendiz. Simplesmente, eles são colocados no alto da Coluna do Norte, onde assistindo as sessões econômicas, aguardam certo intervalo de tempo para que como Companheiros possam passar à Coluna do Sul, onde tudo se repetirá até se tornarem Mestres sem, contudo, conseguirem ser um verdadeiro Maçom. Urge que os Maçons estudem com uma maior profundidade a sua própria Tríade: LIBERDADE-IGUALDADE -FRATERNIDADE. Fonte: Brasil Maçom. Acesso em http://www.brasilmacom.com.br/o-macom-enquanto-refem-do-templo/

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A (Verdadeira) Primeira Grande Loja: A FORMAÇÃO DA PRIMEIRA GRANDE LOJA DE MAÇONS. "ALEMANHA 1250".

Pelo Ir.´. Henning A. Klövekorn. Tradução José Antonio de Souza Filardo M .´. I .´. Com a difusão do cristianismo por toda a Alemanha e a exigência de que bispos romanos erguessem catedrais, os colégios Maçônicos na Alemanha prosperaram. Geralmente designado como Steinmetzen ou Canteiros, estas fraternidades maçônicas levantaram igrejas e catedrais por toda a Europa continental. A sociedade de canteiros tinha dentro de si uma grande variedade de classes e ocupações. Estas incluíam Steinmaurer ou assentadores de pedras, Steinhauer ou cortadores de pedra, bem como Steinmetzen, uma palavra derivada de Stein ou pedra e Metzen, um derivado da palavra Metzel ou entalhador, uma arte mais detalhada e refinada que os cortadores de pedras. A construção de Bauhütten ou lojas situadas junto às igrejas em construção serviu como estúdio de projeto, local de trabalho e quarto de dormir. Um dos mais antigos registros de lojas maçônicas se encontra na cidade alemã de Hirschau (agora Hirsau) no atual estado de Baden-Württenberg. As lojas Maçônicas instituídas na cidade de Hirschau no final do século 11 trabalhavam sob a ordem beneditina da Alemanha, e foram as primeiras a estabelecer o estilo gótico de arquitetura. As Armas dos Franco Maçons da Alemanha.
Já em 1149, as primeiras Zünftes alemãs ou sindicatos de pedreiros se desenvolveram em Magdeburg, Würzburg, Speyer e Straßburg. Em 1250, a primeira Grande Loja dos Maçons formou-se na cidade de Colônia (Köln), [i] Alemanha. A Grande Loja foi formada como parte do imenso empreendimento para erguer a catedral de Colônia. O primeiro congresso maçônico ocorreu na cidade de Straßburg, na Alemanha no ano de 1275. Ela foi fundada pelo Grão Mestre Erwin von Steinbach. Este também foi o primeiro uso registrado do símbolo dos maçons, o compasso e o esquadro. Embora Straßburg fosse considerada a primeira Grande Loja de seu tempo, outras Grandes Lojas maçônicas já haviam sido fundadas em Viena, Berna e a acima mencionada de Colônia; estas foram chamadas Oberhütten ou grandes lojas. Diversos congressos maçônicos foram realizados na cidade de Straßburg, incluindo os anos 1498 e 1563. Nesta época, as primeiras Armas de Maçons registradas na Alemanha foram registradas representando quatro compassos posicionados em torno de um símbolo do sol pagão, e dispostos em forma de suástica ou roda solar ariana. As Armas Maçônicas da Alemanha também exibiam o nome de São João Evangelista, santo padroeiro dos maçons alemães. A Oberhütte (Grande Loja) de Colônia, e seu grão-mestre, era considerada a cabeça das lojas maçônicas de toda a Alemanha do norte. O grão-mestre da Straßburg, na época uma cidade alemã, era chefe de Lojas Maçônicas de todo sul da Alemanha, Francônia, Baviera, Hesse e as principais áreas da França. As Grandes Lojas de Maçons na Alemanha recebiam o apoio da Igreja e da Monarquia. O Imperador Maximiliano revisou o congresso maçônico de 1275 em Straßburg e proclamou a sua proteção ao ofício. Entre 1276 e 1281, Rudolf I de Habsburgo, um rei alemão, tornou-se membro da Bauhütte ou Loja de St. Stephan. O Rei Rudolf foi um dos primeiros não-operativos, também chamados membros livres ou especulativos de uma loja maçônica. Os estatutos dos maçons na Europa foram revisados em 1459 pela Assembléia de Ratisbonne (Regensburg), a sede da Dieta Alemã, cuja revisão preliminar tinha ocorrido em Straßburg sete anos antes [ii]. As revisões descreviam a exigência de testar irmãos estrangeiros antes de sua aceitação nas lojas através de um método de saudação estabelecido (aparentemente internacional ou europeu). A primeira assembléia geral de maçons na Europa ocorreu no ano de 1535, na cidade de Colônia, na Alemanha. Ali, o bispo de Colônia, Hermann V, reuniu 19 lojas maçônicas para estabelecer a Carta de Colônia, escrita em latim. As primeiras grandes lojas dos maçons estiveram presentes, o que era costume na época, e incluíam a Grande Loja de Colônia, Straßburg, Viena, Zurique e Magdeburg. A Grande Loja Mãe de Colônia, com o seu grande mestre era considerada a principal Grande Loja da Europa. Após a invenção da imprensa, os maçons (Steinmetzen) da Alemanha, reuniram-se em Ratisbona em 1464 e imprimiram as primeiras Regras e Estatutos da Fraternidade de Cortadores de Pedra de Straßburg (Ordnung der Steinmetzen). Estes regulamentos foram aprovados e sancionados pelos Imperadores sucessivos, tais como Carlos V e Ferdinando. O monge alemão Martinho Lutero e seu protesto contra as injustiças e hipocrisias da Igreja Católica em 1517 deram origem ao protestantismo. Isto liberalizou algumas das lojas maçônicas da época. A Catedral de Straßburg tornou-se Luterana em 1525 e muitas outras a seguiram. Em 1563, os Decretos e Artigos da Fraternidade de Canteiros foram renovados na Loja Mãe em Straßburg no dia de S. Miguel. Estes regulamentos demonstram três elos importantes com a Maçonaria moderna. Em primeiro lugar, os aprendizes eram chamados de “livres” na conclusão do serviço a seu Mestre, o que sem dúvida é a origem da palavra Freemason ou “franco-maçom”. Em segundo lugar, a natureza fraternal da loja era retratada em uma série de regulamentações, tais como o atendimento aos doentes, ou a prática de ensinar um irmão sem cobrar, nos termos do artigo 14. Em terceiro lugar, os maçons utilizavam um aperto de mão secreto como meio de identificação. Dois artigos do regulamento indicando estes pontos são: “Nenhum Mestre ensinará um companheiro por dinheiro. XIV. E nenhum artesão ou mestre aceitará dinheiro de um colega para mostrar ou ensinar-lhe qualquer coisa relacionada com maçonaria. Da mesma forma, nenhum vigilante ou companheiro mostrará ou instruirá qualquer um por dinheiro a talhar, conforme dito acima. Se, no entanto, alguém desejar instruir ou ensinar outro, ele pode muito bem fazê-lo, uma mão lavando a outra, ou por companheirismo, ou para assim servir ao seu mestre. LIV. Em primeiro lugar, cada aprendiz quando tiver servido o seu tempo, e for declarado livre, prometerá à ordem, pela verdade e sua honra, ao invés de juramento, sob pena de perder o seu direito à prática da maçonaria, que ele não divulgará ou comunicará o aperto de mão e a saudação de pedreiro a ninguém, exceto àquele a quem ele pode justamente comunicá-las, e também que ele não escreverá coisa alguma sobre isso” [iii]. As regras de Straßburg estipulavam que a entrada na Fraternidade era por livre vontade e indicava claramente os três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre na fraternidade maçônica alemã. Elas exigiram que se fizesse um juramento e que os pedreiros se reunissem em grupos chamados ‘Kappitel’ (Capítulo). As regras instruíam os maçons não ensinar Maçonaria a não-maçons. Está claro que as lojas ou grandes lojas maçônicas alemãs existiam antes da formação da Grande Loja de Inglaterra em 1717. Assim como o uso de apertos de mão secretos, o uso do termo “livre” e sua aceitação de não-operativos. O uso de alegoria e simbolismo em camadas, que torna exclusivo o sistema maçônico fraternal, também era evidente nas lojas alemãs da época, conforme mostrado nas esculturas de pedra e estilos arquitetônicos das igrejas e mosteiros que eles construíram. A partir da página Web http://www.klovekorn.com: O 99º of Freemasonry apóia a teoria de que a semente da Maçonaria moderna, não estava ligada aos Cavaleiros Templários ou à maçonaria inglesa, mas originou-se com as instituições maçônicas da Alemanha, que por sua vez, tinham recebido os seus conhecimentos maçônicos de organizações maçônica mais antigas. Esta afirmação é suportada através de sete pontos principais de prova. Que o Manuscrito Régio, o mais antigo texto maçônico (reconhecido) sobrevivente na Grã-Bretanha, faz referência aos quatro mártires coroados, que estão inequivocamente relacionados com a lenda dos maçons sob o Sacro Império Romano de Nação Germânica, uma tradição maçônica que teve origem na Alemanha e não na Grã-Bretanha. A existência e o mais antigo uso registrado do esquadro e compasso ( sinal fraternal da Maçonaria) nas Armas dos Corpos Maçônicos Alemães. A existência de instituições maçônicas altamente organizadas (Steinmetzen) na Alemanha no século 13, tais como a Grande Loja (Oberhütte) de Straßburg e Köln, e diversas lojas maçônicas subordinadas, que não só trabalhavam em pedra, mas também incluíam ensinamentos alegóricos maçônicos dentro de suas guildas. A eleição de um Grão-Mestre dos Maçons no século 13 e a criação de graus de aprendizes, companheiros e mestres pedreiros na Alemanha no século 12 e anteriormente. O estabelecimento de Estatutos e Regras impressos da Ordem Maçônica na Alemanha antes da criação de estatutos maçônicos escritos na Grã-Bretanha. A inclusão de membros não-operativos (ou especulativos), tais como o Rei Rodolfo I em lojas maçônicas na Alemanha no século 13. A primeira exigência em grande escala registrada de que lojas maçônicas utilizassem um método secreto de saudação e de ‘aperto de mão’. O 99º of Freemasonry também analisa o uso do compasso e esquadro como símbolos alegóricos morais de maçonaria em obras de arte dentro da cultura alemã do período, mais uma prova da filosofia maçônica dentro da cultura alemã e da Europa continental neste período. Embora muitos maçons tenham sido condicionados a aceitar que as origens da Maçonaria partem da Inglaterra ou da Escócia, pois as grandes organizações maçônicas modernas atuais estão profundamente interligadas dentro desta área geográfica, o 99º of Freemasonry lança nova luz sobre a história maçônica, e insta, se não inspira os leitores a olhar para o continente europeu como a grande semente da Maçonaria. [I] Rebold, Emmanuel & Fletcher, Brennan J (Ed), História Geral da Maçonaria na Europa – com base em documentos antigos relativos a, e monumentos erguidos por esta fraternidade, desde a sua fundação no ano 715 aC até o presente momento, Cincinnati, publicado pela Geo. B Fessenden 1867, reimpressão por Kessinger Publishing EUA. [Ii] Naudon, Paul, A História Secreta da Maçonaria – Suas Origens e Conexões com os Cavaleiros Templários. EUA. Traduzido por Jon Graham. Inner Traditions, Rochester, Vermont, Copyright 1991 de Editions Dervey, Tradução para Inglês- copyright 2005 por Inner Traditions International. Originalmente publicado em francês sob o título “Les origins de la Franc-Maçonnerie, Le sacre le métier, Paris. ISBN 1-59477-028-X, pag 6. pag 174. [Iii] Gould, Robert Freke, A História da Maçonaria, suas antiguidades, símbolos,Constituições, Costumes, etc. Volume 1 T.C. & E. C. Jack, Grange Publishing Works, Edinburgh, pag. 122. Publicado originalmente em (http://www.freemasons-freemasonry.com/freemasons_history_germany.html). Fonte: BIBLIOT3CA REVISTA TEXTO & TEXTS EDITOR-CHEFE J.FILARDO. Acesso em https://bibliot3ca.wordpress.com/a-verdadeira-primeira-grande-loja/

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

BLOG MAÇONARIA TUPIQUINIQUIM

Reconhecimento de Obediência Maçônica Não é Permanente. O assunto reconhecimento já está batido e encerrado em nossas fileiras. Porém, sempre tem irmãos querendo se valer deste quesito para diminuir ou invalidar a qualidade ou a condição de outrem.
Imagens retiradas dos sites oficiais da COMAB, UGLE, CMSB, do GOIRJ e GOB. Acessos em 2016. O engraçado é que séculos antes da fundação da Grande Loja de Londres, já existiam outras grandes lojas e dezenas de Lojas Independentes e regulares. No Brasil, também não podemos esquecer que o GOB já perdeu seu reconhecimento em desfavor do Grande Oriente dos Beneditinos, e em um dos seus boletins considerou esse ato como Antimaçônico e que beneficiaram uma “Instituição menos aceitável”, ainda neste boletim declarou que não cabe a nenhuma nacionalidade o privilegio de melhor compreender e exercitar a moral e que os ritos maçônicos são conquistas de estudo e boa vontade. Curioso, não? Para saber mais sobre O Grande Oriente dos Beneditinos e a perda de reconhecimento do GOB acesse: http://maconaria-tupiniquim.webnode.com/news/um-passeio-pela-historia-da-maconaria-no-brasil-parte-8-grande-oriente-dos-beneditinos/ (Um Passeio pela História da Maçonaria no Brasil. (Parte 8) – Grande Oriente dos Beneditinos). A Grande Loja Nacional Francesa vive nessa de perder e ganhar o reconhecimento internacional. Outro caso recente foram as perdas do reconhecimento das Grandes Lojas da Geórgia do Tennessee em relação a outras obediências. Não me surpreenderia se os defensores do reconhecimento não conhecessem os fatos descritos acima. Em regra, os mais preocupados com isso, pouco conhecem nossa história ou simbolismo. Após os apontamentos feitos por este articulista (Homenagem ao Irmão Joaquim da Silva Pires), chego à conclusão que o dito “reconhecimento” não é algo perene, ou seja, é algo que pode mudar. Diferente dos nossos ensinamentos, onde a busca pela verdade é um dos pilares, logo, acredito que ao invés de nos preocuparmos com algo tão volátil seria muito mais saudável e produtivo para nossa Ordem ter Bons Maçons que estudam, pesquisam, são verdadeiros e praticam o bem. O resto é conversa fiada! Fonte: MAÇONARIA TUPINIQUIM. Leia mais: http://maconaria-tupiniquim.webnode.com/blog/

SIMPÓSIO DE CULTURA MAÇÔNICA DA ARLS UNIÃO BARÃO DO PILAR Nº21

I Simpósio de Cultura Maçônica da ARLS União Barão do Pilar nº21, que será realizado no dia 23 de setembro. O evento será realizado na UFRJ (Cidade Universitária), em uma parceria onde estaremos utilizando as instalações e a infraestrutura do local. Entretanto, será restrito a maçons membros do GOB, GORJ ou Grande Lojas. Nesta oportunidade, estaremos trazendo ao público presente, duas palestras sobre história da maçonaria que serão apresentadas pelos irmãos e escritores, Luciano Rodrigues e Cloves Gregorio. Segue programação: Palestra 1: Palestrante – Luciano R. Rodrigues. Tema – Dos canteiros medievais aos templos atuais. Alguns assuntos abordados: - Old Charges - Construtores da antiguidade - Maçonaria Operativa - Aceitos e Especulativos - Casa Stuart x Casa Hanover (Católicos x Protestantes) - Formação da Grande Loja de Londres (Modernos) - Formação da Grande Loja da Escócia e Irlanda - Grande Loja dos Antigos - União de 1813 (Criação da Grande Loja Unida da Inglaterra) - Criação do Ritual Emulação - Entre outros. Palestra 2: Palestrante – Cloves Gregorio Chaves Filho. Tema – Passeando pela história da maçonaria no Brasil. Alguns assuntos abordados: - Inconfidência Mineira - Primeiras Lojas Maçônicas no Brasil - Confederação do Equador - Independência do Brasil - Grande Oriente do Brasil - Grande Oriente do Passeio - Grande Oriente dos Beneditinos - Libertação dos Escravos - Proclamação da República - Entre outros. Observações Importantes: - As inscrições somente serão realizadas por e-mail para contato@arlsuniaobaraodopilar.com.br - As vagas são limitadas a capacidade do local (80 vagas) - Não haverá inscrição no dia do evento, só estará liberada a entrada para quem estiver com o nome na lista de inscrição. - O valor da entrada é de apenas R$10,00, para custear o coffee break que será oferecido no intervalo entre as palestras. - Haverá estacionamento disponível, sem custo. - Não será uma reunião ritualística, portanto não há a necessidade de trajes maçônicos. Em caso de dúvidas, nos envie um e-mail que responderemos o mais breve possível. Fonte: Grande Oriente do Rio de Janeiro. Acesso em

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

BIBLIOT3CA: Rito Escocês nos Estados Unidos.

Por (S. BRENT MORRIS 33° G.C.). OS ALTOS GRAUS NOS ESTADOS UNIDOS: 1730–1830. Publicado originalmente em inglês em (http://www.freemasons-freemasonry.com/brentmorris3.html > Tradução José Antonio de Souza Filardo M .´. I .´. A Maçonaria nos Estados Unidos da América teve uma história inicial fora do comum. Importada da Europa – Inglaterra, Escócia, Irlanda, França e Alemanha – tornou-se rapidamente uma das mais importantes organizações coloniais. “Na geração da revolução [americana], a capacidade da Maçonaria de encarnar as diferentes demandas culturais do período deu-lhe um enorme poder.” (1) Ela tornou-se uma organização exclusiva durante a revolução e, em seguida começou a expandir sua base de filiação entre a classe média. É irônico que a Maçonaria Simbólica fosse atacada por sua perceptível influência de elite à medida que começou a aumentar os seus quadros. Em 1826, em Nova York, William Morgan publicou uma exposição pública de rituais maçônicos. (2) Mais tarde, ele foi raptado por maçons em Canandaigua, Nova Iorque, e em seguida desapareceu. Acreditava-se amplamente que ele tinha sido assassinado como parte de uma conspiração maçônica. O clamor público levou à criação do primeiro “terceiro partido” mais importante na política americana, o Partido Antimaçônico. Em 1830, a Maçonaria estava morta ou adormecida na maior parte dos Estados Unidos. Como Pompéia após o Vesúvio, quase tudo relacionado com maçonaria foi destruído pela erupção da antimaçonaria. Só em 1840 que a fraternidade começou a se recuperar daquele golpe quase fatal. Assim, podemos perfeitamente enquadrar a época inicial da Maçonaria norte-americana entre dois eventos: a abertura da primeira loja, cerca de 1730 e a quase destruição da Maçonaria cerca de 1830. A Maçonaria cresceu e se desenvolveu nos Estados Unidos durante este período, principalmente através da importação de ritos e graus. As inovações que ocorreram foram refinamentos, não fabricação de graus no atacado. Os maçons americanos pareciam bem conscientes de que sua fraternidade era uma criação europeia e olhavam para aquele continente como a fonte e a origem de tudo o que era “regular” em Maçonaria. Há pouca evidência de criatividade ritual americana naquela época. 1730: Os Primórdios da Maçonaria Americana Como tantos eventos maçônicos, a primeira aparição da Maçonaria não é precisamente conhecida. Jonathan Belcher (1681-1757), um nativo de Cambridge, Massachusetts e mais tarde Governador das Colônias de Massachusetts e New Hampshire de 1730-41 e da Colônia de Nova Jersey de 1747-57, foi iniciado maçom em Londres por volta de 1704. Ele é um dos poucos maçons conhecidos que entraram para a Maçonaria antes de 1717. (3) É possível que ele tenha abrigado Lojas particulares em sua residência antes de tempos imemoriais ou que as lojas estatutárias de tivessem aparecido. Em 05 de junho de 1730, a primeira Grande Loja nomeou Daniel Coxe (1673-1739) Grão-Mestre Provincial para Nova York, Nova Jersey e Pensilvânia, dando o primeiro reconhecimento oficial maçônico das colônias Inglesas. O Irmão Coxe não parece ter exercido a sua autoridade, embora tenha morado em Nova Jersey de 1731 a 1739. (4) A Grande Loja da Pensilvânia possui um livro marcado “Liber B”, que contém os registros das primeiras lojas americanas conhecidas da Pensilvânia. O primeiro registro é de 24 de junho de 1731, e naquele mês Benjamin Franklin (1705-1790) é lançado como pagando quotizações com atraso de cinco meses. O lançamento de Franklin implica em atividade da Loja a partir de, pelo menos, Dezembro de 1730 ou Janeiro de 1731. (5) Não há registros de Loja anteriores nos Estados Unidos, embora existam comentários sugestivos em jornais. (6) Assim, estamos seguros ao definir 1730 como a data para o início da Maçonaria norte-americana. (7) Qualquer reunião maçônica que possa ter sido realizada antes de 1730 não foi registrada, e a atividade depois de 1730 aumentou rapidamente e está documentada. À medida que avançamos a partir de 1730, vemos um aumento da presença maçônica nas colônias inglesas. A primeira loja de Boston foi constituída em 30 de julho de 1733, na casa de Edward Lutwych, uma pousada chamada Bunch of Grapes em King Street. Em 1736, a Loja Solomon N º 1 de Charleston, Carolina do Sul, realizou sua primeira reunião. Até 1738, há indícios de maçonaria em Savannah, Georgia e New York City, e em 1739 ocorreu uma reunião de loja em Portsmouth, New Hampshire. Grão-mestres Provinciais adicionais foram nomeados depois de Daniel Coxe, de 1733 até 1787: vinte e dois pelos modernos, seis pelos antigos, e quatro pela Escócia. A maioria das lojas americanas se originou de uma das Grandes Lojas britânicas – Inglaterra, Escócia e Irlanda, embora outras Grandes Lojas da Alemanha, França e outras também tenham emitido cartas constitutivas. Lojas militares britânicas itinerantes espalharam a Maçonaria por boa parte da América do Norte, à medida que iniciavam civis nas cidades onde estavam estacionados. Também foi importada da Inglaterra a rivalidade entre as Grandes Lojas Antiga e Moderna. Muitos estados tinham Grandes Lojas concorrentes, que com o tempo se fundiram depois da União de 1813 em Londres, apesar de a South Carolina ter visto a unidade maçônica somente em 1817. Maçons Modernos tendiam a serem conservadores na promoção da fraternidade, eram prósperos e legalistas, enquanto que os maçons Antigos eram agressivos na expansão de lojas, eram da classe trabalhadora e revolucionários. Após a Revolução Americana, a maçonaria dos Estados Unidos era fortemente Antiga em sua organização e prática. Prince Hall e a Loja Africana No. 459 Em 1775, John Batt iniciou quinze Afro-Americanos libertos, em Boston. Batt era Sargento no Regimento 38 da Infantaria do Exército britânico e Venerável Mestre da Loja n º 441 de Constituição irlandesa. Quando o Regimento e a Loja partiram em 1776, os quinze novos maçons foram deixados com uma autorização para se reunir, desfilar no dia de São João, e enterrar seus mortos, mas não para iniciar maçons. Eles, por sua vez, solicitaram filiação à Grande Loja dos Modernos e receberam uma carta constitutiva como African Lodge nº 459 em 29 de setembro de 1784 com Prince Hall como primeiro Venerável. (8) Em 1792, quando a Grande Loja de Massachusetts foi formada, A African Lodge não participou, mas permaneceu ligada à Inglaterra. Isto pode ser devido à lealdade à primeira Grande Loja ou ao racismo da recém-formada Grande Loja. No entanto, a Grande Loja de Massachusetts também não reconheceu a St. Andrews Lodge, que tinha uma carta constitutiva escocesa. (9) Há evidências de que maçons brancos visitavam a African Lodge e que a Inglaterra dependia de Prince Hall para obter informações sobre lojas de Boston. (10) Em todo caso, a African Lodge continuou sua existência separada até 1813, quando ela e todas as outras lojas americanas patrocinadas pelos ingleses foram apagadas das listas da recém-constituída Grande Loja Unida da Inglaterra. Então, em 1827, oficiais da African Lodge declararam-se independentes e constituíram-se como uma Grande Loja. A partir destas origens cresceu a grande organização maçônica paralela conhecida hoje como “Maçonaria Prince Hall”. A Influência dos Conferencistas Maçônicos Itinerantes As primeiras formas de ritual maçônico nos Estados Unidos são ainda menos conhecidas que as da Inglaterra e da França. Nós não temos o grande número de documentos do século XVIII – constituições góticas, catecismos manuscrito, auxiliares de memória – que podem ser encontrados na Europa. Presumivelmente, os primeiros rituais foram transmitidos de boca a boca, e as Lojas pode ter modelado suas cerimônias de acordo com algumas das exposições públicas, sejam importadas ou impressas internamente. A primeira exposição pública americana foi a reimpressão de Benjamin Franklin de 1730 de O Mistério da Maçonaria, mas não parece ter havido qualquer exposição pública de práticas rituais americanos até o período antimaçônico, por volta de 1826-1840. Com uma grande diversidade de fontes de ritual, o trabalho em Lojas Maçônicas Americanas deve ter sido variado durante os anos 1700s. Isso começou a mudar em 1797 quando Thomas Smith Webb (1771-1819) publicou o Monitor do maçom ou Ilustrações de Maçonaria. Ele reconheceu que “As observações sobre os três primeiros graus são muitas delas retiradas de “Ilustrações da Maçonaria” de Preston, com algumas alterações necessárias” para torná-las “agradáveis ao modo de trabalhar na América.” (11) Por exemplo, na cerimônia da pedra angular, Preston diz: “Nenhum membro privado, ou o oficial inferior de uma loja privada está autorizado a participar da cerimônia.” Web é muito mais democrático e permite a participação de “tais membros e oficiais de lojas particulares conforme possam convenientemente comparecer”. (12) Webb foi o primeiro e mais proeminente dos muitos Conferencistas Maçônicos que percorreram o país ensinando um ritual uniforme às Lojas, Capítulos, e qualquer outro corpo que eles pudessem convencer a pagar seus honorários. Esses conferencistas, muitas vezes tinham “graus laterais” disponíveis para venda ou como presentes. Webb treinou Jeremy Ladd Cross (1783-1861) que sucedeu Webb como principal ritualista geralmente reconhecido. A grande contribuição de Cross foi seu The True Masonic Chart ou Hieroglyphic Monitor de 1819. Ele era amplamente o Monitor de Webb Monitor com algumas pequenas alterações textuais e uma grande adição visual: quarenta e duas páginas de gravuras de autoria do Irmão Amos Doolittle. As gravuras de Doolittle fizeram mais que ilustrar o texto de Cross, elas forneceram um mapa de memória para os estudantes que aprendem o ritual. Cada imagem em uma página era um marco nas palestras. Ao associar uma imagem com uma parte do ritual, era possível rever mentalmente uma aula inteira, folheando algumas páginas do Cartaz de Cross. O livro foi um enorme sucesso e influenciou a obra de arte em quase todos os Monitores Maçônicos americanos posteriores. Outros palestrantes Maçônicos treinados por ou com Webb e Cross incluem John Barney (1780-1847), James Cushman (1776-1829), David Vinton (m. 1833), e John Snow (1780-1852). Cada um deles parecia concentrar-se em uma parte diferente do país, um pouco como os vendedores têm territórios definidos. Havia alguma cooperação entre os conferencistas e muita concorrência. Estes professores, com o auxílio do Gráfico de Cross e livros semelhantes, ajudaram a padronizar rituais e difundir cerimônias, tais como os Graus de Mestre Seleto e Real. O Arco Real O primeiro “alto grau” a aparecer na América foi o Grau do Arco Real. Na verdade, a primeira atribuição registrada deste grau em qualquer lugar ocorreu em dezembro de 1753 na Loja Fredericksburg, na Virgínia, onde George Washington (1731-1799) foi iniciado Aprendiz em 1752. O Ritual Norte-americano do Arco Real é baseado na história de Josué, Zorobabel, e Hagai e a reconstrução do Segundo Templo em Jerusalém. O grau começou a se espalhar de forma constante pelas colônias: 1758-organização do Capítulo Jerusalém na Filadélfia; 1769-organização do capítulo St. Andrew’s, em Boston; 1790-organização de Capítulo Cyrus em Newburyport, Massachusetts; 1792-organização de um capítulo em Charleston, Carolina do Sul; 1794-organização do Capítulo Harmony na Filadélfia. Outros graus e capítulos não registrados ou esquecidos, sem dúvida, ocorreram. Em 1795, o Primeiro Grande Capítulo foi formado na Pensilvânia, e em 1797 a primeira organização nacional americana foi criada – o Grande Capítulo Geral dos Estados da Nova Inglaterra, que é hoje o Grande Capítulo Geral dos Estados Unidos. Grand Capítulos adicionais rapidamente se seguiram em Massachusetts, Connecticut, Nova York e Rhode Island, em 1798. Até 1830, existiam 21 Grandes Capítulos nos Estados Unidos. (13) A atribuição inicial do Grau do Arco Real parecia estar baseada na autoridade inerente ao regulamento de uma Loja. Não foi surpresa que forma as Lojas Antigas que estavam mais propensas a ver essa autoridade de alto grau inerente às suas cartas constitutivas. O Capítulo do Arco Real nos Estados Unidos, em contraste com os seus homólogos ingleses, rapidamente se organizou em Grandes Capítulos estaduais e, com exceção da Pensilvânia e Virgínia, rapidamente se colocaram sob a autoridade do Grande Capítulo Geral. Esta forma federal de governo Maçônico equivalia à forma do governo federal adotado com a Constituição dos EUA em 1789. Uma distorção divertida da Maçonaria Americana do Real Arco é digna de nota: nosso presidente não é o Rei, representando Zorobabel, mas o Sumo Sacerdote, representando Josué. A explicação geralmente aceita é que os patriotas americanos não poderia suportar ter um “Rei” os governando, mesmo em um contexto maçônico. Assim, os oficiais do Capítulo do Arco Real foram reorganizados para dar a posição de governo ao Sumo Sacerdote. Como as Lojas tinha um “grau de cadeira” – o Grau de Past Master – fazia todo sentido que o Arco Real deve também tivesse um e, por isso, a Ordem do Sumo Sacerdócio nasceu. Ele não é mencionado no Monitor de Webb de 1796, mas ele está em sua edição de 1802, bem como no Gráfico de Cross de 1819. É geralmente conferido a Sumos Sacerdotes antes que eles possam assumir a Cadeira Oriental de Salomão. O grau, ainda trabalhado hoje, pode ter tido ancestrais europeus, mas a sua genealogia é incerta. Ele também é conhecido como a Ordem de Melquisedeque, e não há menção de tal ordem conferida em Massachusetts em 1789. Não é certo que os graus estejam ligados por qualquer outra coisa que não seja o nome. O crescimento dos Graus de Capítulo Tal como ocorre na Inglaterra, o Grau de Arco Real nos Estados Unidos só podem ser conferidos a Mestres Instalados. A prática americana logo exigiu a cerimônia de conferência de cadeira para qualificar os candidatos como “Mestres Instalados Virtuais”. O grau de Capítulo parece ter contido os elementos essenciais do grau de Loja, mas o candidato passava por divertidos testes e atribulações. O mais antigo registro do Grau de Marca é de 1783, no Capítulo do Arco Real, em Middleton, Connecticut. Logo, o Marca foi adotado pelos Capítulos do Arco Real como o primeiro em sua sequência de graus. Isso está em contrato para a maioria das jurisdições europeias, onde a Marca é independente e controlado por sua própria Grande Loja. O Grau de Excelentíssimo Mestre, um grau exclusivamente americano em sua origem apareceu pela primeira vez com este nome no Capítulo Middleton com o Grau de Marca em 1783. Sua lenda gira em torno da conclusão do Templo de Salomão e da colocação da pedra angular no Arco Real. Ele pode conter elementos de graus europeus mais antigos, mas a sua atual organização é exclusiva dos Estados Unidos. Thomas Smith Webb publicou uma descrição deste grau em seu monitor de 1797 como o terceiro de três graus que levavam ao Arco Real, e ele se manteve nessa posição até hoje. A sequência de graus conferidos em Capítulos do Real Arco americanos, desde então (com exceção de Virgínia e Virgínia Ocidental) é 1. Mark Master Mason, 2. Past Master, 3. Most Excellent Master, 4. Royal Arch Mason, 5. Order of High Priesthood for High Priests. Os Graus Crípticos Os Graus de Mestre Real e Seleto parecem ter se originado como graus laterais disponibilizados por conferencistas maçônicos itinerantes. Eles são conhecidos coletivamente como “Graus Crípticos” ou o “Rito Críptico”, porque suas lendas lidam com a câmara ou cripta secreta sob o Templo do Rei Salomão. O Grau de Mestre Seleto foi conferido em Charleston, SC, em 1783, e o de Mestre Real em Nova York em 1804. Em 1810, os graus se tornaram permanentemente associados com a formação do Grande Conselho de Columbia dos Mestres Seletos e Reais em Nova York. (14) (Embora tenha “Grande” em seu nome, o corpo era local). Cross incluiu estes dois graus em seu popular monitor ilustrado de 1819, produzindo um sistema de nove graus que se estendia de Aprendiz até Mestre Seleto. Os graus eram atribuídos algumas vezes em Capítulos do Arco Real, mas lentamente emergiram como órgãos maçônicos independentes, regidos pelos Grandes Conselhos estaduais de Mestres Reais e Seletos e um Grande Conselho Geral em nível nacional. Os primeiros Conselhos independentes foram formados em 1810—New York City, 1815—New Hampshire, 1817—Massachusetts, Virginia e Vermont, 1818-Rhode Island e Connecticut. Em 1830 havia Grandes Conselhos em dez estados. Sob a influência do Gráfico de Cross e outros monitores, o Grau de Mestre Seleto veio a ser visualizado como no ápice da “Antiga Maçonaria”, mesmo que Conselhos fossem encontrados apenas em algumas áreas metropolitanas e seus graus disponíveis apenas para alguns poucos. Este é provavelmente o início do “Rito de York” americano, que consiste no Capítulo dos Maçons do Arco Real, do Conselho de Mestres Reais e Seletos e Comandaria de Cavaleiros Templários. Cavaleiros Templários e o Rito de York americano. A primeira referência a um grau Templário Maçônico é encontrada nas atas da Loja St. Andrews, em Boston, uma Loja dos Antigos, quando em 09 de abril de 1769, William Davis recebeu os graus de Excelente, Super Excelente, Arco Real e Cavaleiro Templário. A Carolina do Sul tem um selo com data de 1780, Maryland tem um diploma templário datado de 1782 e Nova York registra o grau em 1783. Em 1796, a primeira Comandaria (ou Acampamento ou Priorado) foi criada em Colchester, Connecticut, e acabou por receber uma carta constitutiva da Inglaterra em 1803. (15) Hoje na América, uma Comandaria de Cavaleiros Templários confere a Ordem da Cruz Vermelha, Ordem de Malta e a Ordem do Templo a maçons Cristãos. Em 1816, a Ordem de Malta foi colocada como o último grau na série até 1916, quando ela retornou ao segundo lugar. A lenda da Cruz Vermelha é semelhante à do Cavaleiro do Oriente e Príncipe de Jerusalém detalhando o retorno de Zorobabel da Babilônia para Jerusalém para reconstruir o Templo. Ela conta uma história interessante e fornece antecedentes importantes na compreensão das lendas Maçônicas do Templo, mas está totalmente fora de lugar entre as ordens cristãs de cavalaria. Não obstante, ela permanece e fornece uma parte importante das lendas do Rito de York. Tomados em conjunto, a Loja da Maçonaria Simbólica, o Capítulo do Arco Real e a Comandaria de Cavaleiros Templários constituem o “Rito de York” americano. O nome é inexato, pois os graus não são originários de York, Inglaterra, mas, também, o Rito Escocês não se originou na Escócia. As Lojas se generalizaram nos estados, Capítulos eram encontrados em cidades maiores, e Comandarias eram menos comuns. A ampla base do Rito de York e seu governo democrático tornaram muito populares nos Estados Unidos. Refletindo a crença generalizada de que o Rito de York era a forma mais pura e mais antiga de Maçonaria, algumas Grandes Lojas Americanas originalmente se intitulavam “Antigos Maçons de York” (A.Y.M. por suas iniciais no original em inglês). O Rito Escocês Antigo e Aceito O evento mais notável de alto grau nos Estados Unidos ocorreu em 31 de maio de 1801, quando John Mitchell (ca. 1741-1816) elevou Frederick Dalcho (1770-1835) ao Grau 33, e, em seguida, elevou outros sete até que houvesse um número constitucional para constituir um Supremo Conselho. Suas ações foram anunciadas ao mundo em uma circular datada de 04 de dezembro de 1802. A abertura do primeiro Supremo Conselho do Grau 33 foi precedida por uma considerável atividade “escocesa”. Etienne Morin (1693? -1771) recebeu autorização em 1761 de Paris ou Bordéus para promover a Maçonaria em todo o mundo. Isto incluía a propagação de um rito de 25 graus, às vezes conhecido como o Rito de Perfeição. Morin mudou para San Domingo e logo nomeou seis Inspetores Gerais. (16) O mais bem sucedido deles foi Andrew Henry Francken (d. 1795), dos quais descenderam cinquenta e dois inspetores, embora ele mesmo só tivesse nomeado seis. Após a chegada de Edgar Morin à América, os corpos de seu rito logo se estabeleceram: 1764-Loge de Parfaits de Écosse, Nova Orleans, Louisiana; 1767- A Inefável Loja de Perfeição, Albany, Nova York, 1781-Loja de Perfeição, Filadélfia, Pensilvânia; 1783 – Loja de Perfeição, Charleston, Carolina do Sul; 1788 – Grande Conselho, Príncipes de Jerusalém, Charleston, Carolina do Sul; 1791- Loja de Perfeição do Rei Salomão, Martha’s Vineyard, Massachusetts; 1792 – Loja de Perfeição, Baltimore, Maryland; 1797 – Sublime Grande Conselho, Príncipes do Real Segredo, Charleston, Carolina do Sul; 1797- La Triple Union, Capítulo Rosa Cruz, de Nova York. (17) Inspetores propagaram os graus desse rito com pouca organização, muitas vezes pelas taxas que puderam negociar. O lema do Conselho Supremo, Ordo ab Chao, é realmente pouco adequado à situação. O Monitor de Webb continha instruções para os graus inefáveis, que serviram para conscientizar os maçons americanos de que havia mais do que o Rito de York. Assim, quando o Supremo Conselho Geral formou-se em 1801, ele não funcionava em um vácuo. Em agosto 1806, Antoine Bideaud, membro do Supremo Conselho das “Ilhas das Índias Ocidentais Francesas” visitou Nova York e encontrou uma oportunidade de fazer um pouco de dinheiro extra. Ele conferiu os graus do Rito Escocês a quatro Maçons por US$ 46 cada e, em seguida, criou um “Sublime Grande Consistório dos Graus 30, 31 e 32.” A autoridade Bideaud era somente para as ilhas e certamente não se estendia a Nova York, que estava sob a jurisdição do Supremo Conselho de Charleston. (18) Em Nova Iorque, em Outubro de 1807, Joseph Cerneau (d. 1827?), um joalheiro de Cuba constitui um “Soberano Grande Consistório de Sublimes Príncipes do Real Segredo”. Cerneau era um “Grande Inspetor Adjunto, para a parte Norte da ilha de Cuba”, sob rito de Morin. Sua patente o limitava a conferir os graus 4 até 24 a oficiais de Loja, e o grau 25 uma vez por ano. Os primeiros registros são suficientemente vagos e não permitem determinar se os membros originais do Consistório de Cerneau achavam que tinham os graus 25 ou o 32. Com menos autoridade ainda que Bideaud, Cerneau lançou sua incursão aos altos graus da Maçonaria em Nova York. (19) A organização de Bideaud foi “curada” por Emmanuel de la Motta, Grande Tesoureiro do Supremo Conselho Geral em 24 de dezembro de 1813. Esse grupo assumiu o controle do que é hoje conhecido como Jurisdição Maçônica do Norte. O Consistório de Cerneau ignorou as ações de De la Motta, mas decidiu que eles tinham que expandir seus graus para trinta e três, para “acompanhar a concorrência.” Eles acabaram alegando jurisdição sobre os “Estados Unidos, Seus Territórios e Dependências.” Assim, em 1830 havia três Supremos Conselhos competindo nos Estados Unidos. Todos os três tornaram-se adormecidos durante o período antimaçônico. Graus laterais A última categoria dos graus anteriores a 1830 é “graus laterais”, atribuídos em circunstâncias irregulares, com pouca autoridade formal. Às vezes, eles eram comunicados por conferencistas itinerantes; às vezes por Maçons que possuíam o grau, às vezes mediante uma taxa, às vezes de graça. Alguns destes graus poderiam ter-se unido em um rito se a antimaçonaria não os tivesse esmagado. Há poucas informações sobre eles, algumas vezes, pouco mais de um título mencionado de passagem. Uma busca em todas as atas de Lojas Americanas antes de 1830 poderia render mais alguns nomes, mas provavelmente nenhum outro ritual. Algumas das nossas informações vêm de duas revelações públicas do período antimaçônico, a Luz sobre a Maçonaria de David Barnard em 1829 e Um Ritual de Maçonaria de Avery Allyn de 1831. Ambos autores pareciam inicialmente motivados por “salvar” o público americano, expondo os “males” da Maçonaria. Mas, o interesse geral pela Maçonaria foi estimulado pela atribuição pública dos graus por trupes antimaçônicas. Este interesse, por sua vez, aumentou a demanda por revelações, especialmente aquelas completas com senhas e apertos de mão. Bernard atendeu a essa demanda, adicionando o trabalho secreto Thuileur de Delaunaye, sem levar em conta se ele correspondia aos graus que ele descreveu. (20) Muitas vezes, é difícil saber se os graus descritos eram amplamente utilizados. De todos esses muitos graus apenas as Heroínas de Jericó parece ser um original norte-americano. Ela sobreviveu e hoje é trabalhado por maçons Prince Hall. Outra fonte de graus laterais pré-830 é uma série de artigos de jornal, “Lembranças de um Maçom Veterano” por Robert Benjamin Folger (1803-1892). Publicado em 1873-74, estes artigos descrevem seus cinquenta anos na Maçonaria com alguns comentários sobre graus laterais. Finalmente, há evidências de que a Loja Zorobabel No. 498, em Nova York trabalhava no Rito Escocês Retificado e pode ter conferido o quarto grau, Mestre Escocês. (21) Graus Laterais Maçônicos Americanos anteriores a 1830 Knight of the Christian Mark (Bernard, Allyn) Knight of the Holy Sepulchre (Bernard, Allyn Holy and Thrice Illustrious order of the Cross (Bernard, Allyn) Knight of the Three Kings, (Allyn) Knight of Constantinople (Allyn, Folger) Secret Monitor (Allyn, Folger) Ark and Dove (somente RAMs), (Allyn) Mediterranean Pass (Folger) Knight of the Round Table (grau de diversão), (Folger) Aaron’s Band (similar ao High Priesthood), (Folger) Master Mason’s Daughter (para mulheres), (Folger) True Kindred (para mulheres), (Folger) Heroine of Jericho (RAMs, esposas e viúvas, (Allyn) 1830: O Fim da Primeira Era da Maçonaria Americana Já em Março de 1826 um maçom de Nova York chamado William Morgan começou planos para publicar os “segredos da Maçonaria.” Isto criou uma grande celeuma em sua pequena cidade de Batavia, New York. Nem Morgan, nem seus leitores em potencial, ou a Loja local pareciam estar cientes que revelações de ritual estavam disponíveis nos Estados Unidos pelo menos desde 1730, quando Benjamin Franklin republicou O Mistério da Maçonaria. Os maçons tentaram comprar o manuscrito doa editor de Morgan, David Miller, um ex-Aprendiz Maçom. Quando isto falhou, empresa de impressão de Miller foi incendiada duas vezes, presumivelmente por maçons, mas outros afirmam que era um golpe publicitário de Miller. Morgan, um patife que devia dinheiro a todos, foi preso em Canandaigua, New York, devido a uma dívida de US$ 2,00 atribuída a Nicolau G. Chesbro, Venerável Mestre da Loja em Canandaigua. No dia seguinte, 12 de Setembro de 1826, Chesbro apareceu na cadeia com vários outros maçons e retirou sua queixa contra Morgan. Eles escoltaram Morgan para fora e o colocaram em uma carruagem que esperava. Antes de entrar no carro, Morgan foi ouvido gritando durante uma briga, “Socorro! Assassinos!” Ele foi levado para o norte ao Condado de Niágara e mantido no antigo depósito de pólvora do Forte. Niágara, até 19 de Setembro. Morgan nunca mais foi visto depois disso. (22) O sequestro, desaparecimento e assassinato presumível de Morgan desencadearam uma crise social e política nos Estados Unidos. Muitos passaram a acreditar que a Maçonaria era um poder secreto por trás do governo, contrariando a vontade do povo e assassinando aqueles que ousavam desafiá-la. Os líderes religiosos denunciaram a fraternidade como anticristã. Logo, o medo da Maçonaria se manifestou com a criação do primeiro “terceiro partido” importante na política americana: o Partido Antimaçônico. O partido atraiu reformadores abolicionistas e idealistas, mas seu objetivo principal era a destruição da Maçonaria e outras “sociedades secretas”. De cerca de 1826 a 1840 o movimento antimaçônico varreu o país, destruidor em alguns lugares, pouco notado em outros. Em 1826, Nova York tinha 480 Lojas e até 1835 restavam apenas 75. A Grande Loja de Vermont encolheu a tal ponto que só o Grão Mestre, o Grande Secretário e o Grande Tesoureiro participavam da Grande Loja, e os Supremos Conselhos do Rito Escocês estavam adormecidos. Os estados do nordeste, onde a Maçonaria Simbólica era mais próspera, sofreu a pior destruição, mas em algumas partes do país foi poupada. Quando o Partido Antimaçônico desmoronou como força política em 1840, a Maçonaria começou a ressurgir, mas como uma organização mais conservadora e de orientação religiosa. 1998 Blue Friar Lecture BIBLIOGRAFIA Allyn, Avery. A Ritual of Freemasonry. Boston: John Marsh and Co., 1831. Baynard, Samuel H., Jr. History of the Supreme Council, 33°. 2 vols. Boston: Supreme Council, 33°, N.M.J., 1938. Bernard, David. Light on Masonry. Utica, N.Y.: William Williams, 1829. Bullock, Steven C. Revolutionary Brotherhood. Chapel Hill and London: University of North Carolina Press, 1996. 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Vale a pena notar que Massachusetts, Virginia, e alguns outros estados têm tradições de reuniões maçônicas anteriores à Pennsylvania. Declarar dogmaticamente que a Pensilvânia é a fonte e a origem da maçonaria americana é correr o risco de desacordo inentos, mas amigável, com outras Grandes Lojas. 8. Charles H. Wesley, Prince Hall: Life and Legacy, 2nd ed. (Washington: United Supreme Council, 33°, S.J., P.H.A., 1983), pp. 34–35; Joseph A. Walkes, Black Square and Compass, 3rd printing (Ft. Leavenworth, Kans.: Walkes Book Co., 1980), pp. 21 9. Charles H. Wesley, pp. 99–100. 10. Charles H. Wesley, p. 91. 11. Thomas Smith Webb, The Freemason’s Monitor or Illustrations of Masonry, new and improved ed. (Salem, Mass.: John D. Cushing, 1821), p. 1. 12. S. Brent Morris, Cornerstones of Freedom (Washington: Supreme Council, 33°, S.J., 1993), p. 140. 13. Coil, s.v. “Royal Arch Masonry.” 14. Coil, s.v. “Rites, Masonic, II, Cryptic Rite.” 15. Coil, s.v. “Knights Templar (Masonic).” 16. Harold van Buren Voorhis, The Story of the Scottish Rite of Freemasonry (New York: Press of Henry Emmerson, 1965), p. 15. 17. Kent Walgren, “An Historical Sketch of Pre-1851 Louisiana Scottish Rite Masonry,” Heredom, vol. 4, 1995, pp. 190; Samuel H. Baynard, Jr., History of the Supreme Council, 33°, 2 vols. (Boston: Supreme Council, 33°, N.M.J., 1938), pp. 97–100. 18. Baynard, p. 152. 19. Baynard, pp. 155–156; Joseph Cerneau, Patent of Authority, 15 July 1806, Baracoa, Cuba, Manuscript in the hand of Mathieu Dupotet(?), Archives, Supreme Council, 33°, S.J., Washington, D.C. 20. Walgren, p. 98. 21. S. Brent Morris, The Folger Manuscript (Bloomington, Ill.: Masonic Book Club, 1993), pp. 4, 26, 27, 31. 22. Coil, s.v. “Morgan Affair.” Fonte: Bibliot3ca Acesso em https://bibliot3ca.wordpress.com/rito-escoces-nos-estados-unidos/